quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Não Tenha Medo do Amor


Se sem amor nada aproveita, então, sem amor não há vida, pois, caso qualquer coisa gerasse vida, o amor seria apenas uma outra alternativa de vida como existência.

Quando Paulo disse que o amor era o caminho sobremodo excelente, ele não dizia que sem amor há um caminho de vida, ainda que inferior.

Não! Afinal, João decretou que Deus é amor, e, também, que aquele que ama conhece a Deus, e que quem não ama jamais o viu.

O amor não é romântico e nem fantasioso. O amor lida com o que é; sem ficção. Nele cabe o romance quando essa é a relação, mas suas bases são bases de verdade e realidade.

Amar é, segundo Jesus, uma decisão espiritual a ser praticada em relação a tudo e todos.

No entanto, o amor tem que ser como o de Jesus. Amor diferente do amor de Deus não é amor.

Pode-se ver Jesus escolhendo amigos livremente. No entanto, Ele nunca escolheu a quem amar. Ele amava quem Ele via e passava o Seu caminho.

Sim! Amava sempre. Amou os amigos e discípulos, mas amou a todos os inimigos.

E quando se diz que Ele amou alguém, como foi com o “jovem rico”, se o vê amando sem romance. Não! Ele ama apenas com amor, não com emoções empolgadas.

Também se vê que no amor de Jesus o objeto do amor, o “jovem rico”, mesmo amado, é deixado seguir o seu caminho de auto-engano. Afinal, o amor deixa livre sempre.

De fato, o amor não é dono de nada e nem de ninguém.

Quem ama não possui e nem é possuído.

O amor não é um encontro de serpentes famintas engolindo uma a outra.

Amar o inimigo é uma decisão, assim como amar a mulher que um dia se amou e se ama.

Entre homem e mulher o amor quase sempre surge como paixão, desejo e encantamento; porém, somente se mantém como amor mesmo, o qual não tem nada a ver com as miragens iniciais do amor embrionário, se for alimentado pela decisão de amar.

Muitas vezes ouço as pessoas dizerem que querem um amor.

Penso:

Não quer amor nada. Quer apenas um Pet para possuir e ser possuído.

Afinal, quem ama não quer nunca um amor, pois pode amar a todos, indiscriminadamente.

Quem quer um amor quer uma posse, quer um objeto, quer um domínio de propriedade humana.

Cada dia mais é minha convicção que aquele que cresce em amor cresce em tudo na vida; da mente aos atos de vida verificável.

Quem quer expandir a mente deve amar, pois, somente no amor pode-se crescer para atingir o que quer que seja nosso maior potencial nesta vida e na vida porvir.

É triste ver que as pessoas creiam que o amor é apenas um confeito de bolo fraterno e humano, sem que vejam que o amor é a própria vida, e que um ser humano estará tanto mais vivo quanto mais amar com o único amor que existe em projeção eterna: o amor de Deus, que é aquele que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; e que jamais acaba.

O amor pode mudar de configuração conforme a relação. Porém, uma coisa que o amor não sabe é desanimar.

Não há mistério. Sim! Vida é amor; e quem ama está no caminho de todas as coisas.

O amor é a síntese única de tudo o que faz a existência acontecer.

E se estamos falando da vida no espírito, nada há que possa ser real e verdadeiro sem amor.

Portanto, quem quer vida eterna, que busque amar; fazendo as decisões do amor todos os dias. Sim! Sem nunca se arrepender do amor.
Jesus Cristo que amou ate o fim sem o medo de amar.


Dc.Luiz Carlos





sábado, 1 de novembro de 2008

Qual é a Vontade de Deus pra mim?


Obviamente a vontade de Deus é de Deus.

Sim! A vontade Dele é Dele; e de mais ninguém.

Jesus disse que comia a vontade do Pai, que se alimentava dela.

Ora, se eu tenho muitas vontades e se as exerço de modo pessoal e incompartilhavel, que não dizer da vontade de Deus?

“Quem conheceu a mente do Senhor?”

Além disso, o que me separa de Deus em todos os sentidos possíveis é infinitamente mais do que o que separa de um organismo mono-celular.

Assim, Deus se revela às amebas como as amebas podem processar.

Ora, o mesmo Deus faz com os homens!

O problema é o surto humano. Sim! O homem crê que é “capaz de Deus”, e, sobretudo, de dizer aos outros humanos qual seja a vontade de Deus para o outro.

A vontade de Deus é uma só: que nos amemos uns aos outros!

Deus não tem planos profissionais para ninguém. Nem de qualquer outra natureza tópica. O plano de Deus, não importando onde eu esteja, é que eu ame e pratique o amor. O resto é insignificante!

É o que Paulo diz quando afirma: “... ainda que eu...” fale línguas de homens e anjos, ou profetize, ou saiba todas as ciências e adquira todas as sabedorias, ou me entregue às praticas de martírio ou de entrega social de todas as minhas produções aos demais homens necessitados, mas, “se não tiver amor, nada me aproveitará”; e mais: nada será vontade de Deus.

Paulo nunca discutiu nada disso. Sabia fazer tendas. Mas era chamado para pregar. Por isso, tendo dinheiro para entregar-se apenas à pregação, assim fazia. Mas se não tinha, então, fazia tendas, e, pregava nas horas possíveis.

Ou seja:

Paulo tratava tudo com simplicidade, pois, a vontade de Deus era amor, e, amor, cabe em qualquer oficina de tendas.

As pessoas perguntam, referindo-se aos detalhes da vida, como se eu ou qualquer outro ser ameba humano pudéssemos responder: Qual é a vontade de Deus para a minha vida?

Ora, eu posso responder, mas a resposta que tenho a dar não satisfaz as pessoas que querem saber a vontade de Deus como um guia afetivo e profissional das jornadas na Terra.

Então, não sei!... Afinal, nessas coisas, à semelhança de Paulo, apenas uso o bom senso para decidir, e nunca o faço como quem consulta um “guia de jornada”, mas apenas como uma decisão de agora, da circunstancia do existir; e isto, sempre, apenas conforme o espírito do Evangelho, que é amor.

A vontade de Deus são os Seus mandamentos, embora Jesus tenha nos dito que até os mandamentos, sem que sejam vividos em amor, são desagradáveis a Deus; pois, sem amor, todo mandamento não passa de presunção e arrogância.

A vontade de Deus é amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e domínio próprio!

Se você faz isso entregando o lixo, operando na mais rica clinica de neurocirurgia, ou se o faz pregando como um ensinador da Palavra, não importa; pois, a única coisa que importa para Deus é se você vive ou não o amor como o mandamento de seu ser.

O que Deus quer de mim? Onde quer que eu trabalhe? Com quer que eu case?

Ora, Jesus não respondeu tais perguntas a ninguém!

Quando Pedro quis saber... Jesus apenas disse: “Que te importa? Quanto a ti, vem e segue-me”.

Quanto mais a pessoa se dispõe a andar em amor e fé, sem buscar mais nada, tanto mais ela encontrará uma sintonia fina com Deus e com a vida, e, assim, sem que ela sinta, irá sendo posta no leito do rio de sua própria vida.

É claro que Deus tem a vontade que diz “não”. Mas essa é a não-vontade de Deus. É o que Deus não quer, pois, é o que Deus não é.

Deus não é mentira, nem engano, nem ódio, nem cobiça, nem traição, não injustiça, nem maldade, nem indiferença, nem descrença, nem altivez, nem orgulho, nem arrogância, nem vaidade, nem medo e nem frieza de ser.

Assim, a tais coisas Deus diz “não”, mas não como quem diz a Sua vontade, mas apenas aquilo que não é vontade Dele.

Portanto, a vontade de Deus não é “não”, mas “sim”, embora a maioria apenas pense na vontade de Deus como negação.

Ou seja:

Para tais pessoas Deus é Aquele que diz “Não”.

A proporção, todavia, continua idêntica à que foi estabelecida no Éden. Pode-se comer de tudo, e, apenas diz-se não a uma coisa: inventar a nossa vontade contra essa única coisa à qual Deus disse “não”.

Todas as árvores do Jardim são comestíveis, mas, continuamos discutindo a única arvore proibida, tamanha é a nossa fixação na transgressão como obsessão na vida.

Entretanto, a vontade de Deus é sim, e, para aqueles que desejam fazer a vontade de Deus, e não apenas discuti-la, Deus revela Sua vontade como fé e amor, e, nos diz que se assim vivermos provaremos tudo o que é bom, perfeito e agradável, não porque a vida deixe de doer, mas apenas porque o pagamento do amor transcende a toda dor.

A vontade de Deus é que eu desista das coisas de menino nesta vida e abrace as coisas de um homem segundo Deus.

Agora, se você vai trocar de casa, de carro, de mulher, de emprego, de cidade, de país, de nome — sinceramente, é melhor consultar um bruxo, uma feiticeira ou um profeta que aceite pagamento para contar tal historinha.

Você pergunta a Jesus:

Senhor, qual é a Tua vontade para mim?

Ele responde:

É a mesma para todos os homens. Sim! Que você ame e pratique o amor, pois, sem amor, nada será vontade de Deus para você, ainda que você distribua todos os seus bens aos pobres e entregue o seu corpo para ser queimado em martírio de dignidade pela consciência e pela liberdade.

Dá pra entender ou é difícil demais?

Que tal a gente parar de brincar de vontade de Deus? Vamos?

Chega; não é gente?


Jesus Cristo, que é a vontade de Deus para o homem,



Dc.Luiz Carlos


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

EXISTA SEM FÉ E SEJA MUITO INFELIZ!‏


Você não precisa confiar!

De fato você pode viver desconfiando e espreitando até a própria morte.

Afinal, existir sem fé é possível.

Sim! Você pode existir com medo, angustiado, ansioso, tomado por teorias da conspiração, pessimista até quando fala de otimismo, discutindo com Deus e com a vida, inseguro até com o equilíbrio, afogando-se no seco, sem ar na ventania, sem alegria no casamento, no nascimento e na velhice, sem sentido no trabalho, buscando gostos que não existem em um beijo, buscando abraços que não aconchegam, e, assim, continuar..., sem sentido e sem significado, como um dado estatístico, como um número, como um código de barra, como uma carteira de identidade, como um Diploma.

Sim! Você pode existir sem confiar em Deus e em ninguém, como um Judas Iscariotes em todos os seus vínculos, sempre pulando fora do barco, sempre pensando antes em você, no seu projeto, nos seus interesses, nas suas moedas de prata.

Sim! Você pode. E nem precisaria dizer isto a você. Afinal, você existe assim, e, por isto, você sabe que é possível existir sem paz, sem conforto, sem satisfação, sem esperança, sem a fonte da água da vida, sem a luz do mundo, sem o pão da vida, sem o gosto do sal da terra, sem a revolução do grão de mostarda crescendo em você.

Sim! É possível ir existindo sem fé, ou, no máximo, apenas com fé no possível que seja realizável pelo braço do homem em dias de força e saúde.

Sim! É possível. É..., mas não é.

É possível existir sem fé. Só não é possível viver sem fé. Pois, quem quer que encontre inspiração para ser contra tudo o que se chama existir, é somente aquele que se justifica andando pela fé.

Sim! Pois neste mundo o viver acontece quase sempre em rota de colisão contra o mero existir!


Pense nisso!


Cristo a confiança Eterna



Dc.Luiz Carlos





segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Pedófilia tem um pai

O ladrão "... vem para matar, roubar e destruir"...

Todo pedófilo é um ladrão. Ladrão de vida, de escolha e de futuro. Ladrão de inocência. Ladrão de ideal. Ladrão e seguindo as pulsões do Grande Ladrão.

Portanto: A Pedofilia é do diabo!

Que mais posso eu dizer? Que termos a usar? Que adjetivos ou filosofias a recorrer? Não! De fato não possuo tal recurso no dizer! Sim! Pois, por todos os ângulos que olhe, sejam eles de natureza filosófica, psicológica, teológica e social, o que vejo é a mesma coisa: A Pedofilia é do diabo!

Sim! O que dizer de um adulto que seduz, engana e, por vezes, força ou ameaça uma criança a fim de se servir dela sexualmente?

Cresci vendo os efeitos da Pedofilia. E nem sempre eram homens adultos abusando de menores, pois, efeitos catastróficos atingem as crianças do mesmo modo quando um menino maior, ou mesmo um adolescente, se serve sexualmente de um vizinho ou coleguinha bem mais novo.

Enquanto eu mesmo crescia acompanhei durante anos a evolução de meninos normais, embora fracos psicologicamente, que foram abusados, e acabaram por se acostumar ao abuso, vindo a tornarem-se homossexuais viciados em razão de tal interferência na infância.

Depois, no curso de anos e anos de pastoreio e disponibilidade para ouvir as pessoas, acompanhei e acompanho as angustias sinceras de milhares e milhares que sofrem por terem se viciados em algo que não foi sequer sua escolha original.

Instigar a sexualidade de uma criança e conduzir tal pessoa a desenvolver gosto ou dependência psicológica por aquela tendência, é obra do diabo.

Há lugares no mundo e houve épocas na História da Civilização, nos quais o incesto, a pedofilia e o abuso sexual são e foram "coisas naturais", culturalmente falando. Nós, porém, não estamos buscando nivelar a consciência pela animalidade cultural carregada de traços de violência e perversão, ainda que muitas vezes acobertados pelo manto da educação e da cultura, como foi no caso dos gregos.

Jesus disse que quem fizer tropeçar a um dos Seus pequeninos, melhor é que amarre uma pedra de moinho ao pescoço e cometa suicídio.

Quem tiver ainda ouvidos para ouvir, então, para seu próprio bem, ouça!

Cristo, que nos criou para a liberdade e para a escolha do que é bom,


Dc.Luiz Carlos

Luiz_265@hotmail.com

www.ebdchaco.blogspot.com

sábado, 28 de junho de 2008

POMBAS E SERPENTES: para além do paradoxo!


O ensino de Jesus parece sempre estar cheio de paradoxos.
Ele chama à mansidão, e louva a quem tem sede de justiça; ao mesmo tempo em que avisa acerca da ansiedade, enquanto convoca a que se vigie; manda que se ore sem cessar, descansando Nele; que é manso e humilde de coração, ao mesmo tempo em que não veio trazer paz, mas sim espada.
É como curar o mudo e pedir que ele não diga nada a ninguém! Isto enquanto concede uma paz que o mundo não conhece, e faz isto em meio a aflições, exortando a que nosso coração não se turbe jamais, mesmo quando dias horríveis cheguem sobre a Terra, os quais, inevitavelmente chegarão. É como curar o gago e pedir que ele seja discreto!
Por essa razão Ele manda descansar por completo, ao mesmo tempo em que manda vê-Lo em todas as carências desta vida. Manda que se deixe tudo por amor a Ele, enquanto condena quem abandona o seu próximo. Perdoa a quem deve tudo, e é rigoroso com quem é medroso. Aceita a maquiagem das meretrizes, mas é implacável com a mascara dos fariseus. Chama a Si mesmo de Semeador, mas não hesita em secar uma figueira. Diz que não veio trazer paz, mas manda em que cada lugar que se chegue, ali se diga: Paz seja neste lugar! É como chegar andando sobre as águas no escuro e dizer “não temas” quando todos gritam “é um fantasma”. Isto tudo de leve, deixando muito material de fora.
Agora, só mais um aparente paradoxo: pombas e serpentes. Ele manda ser simples como pombas e prudentes como serpentes. E diz isto num contexto de envio de discípulos para a “existência”.
Pombas e serpentes! Que estranho híbrido existencial! Ser e ter sabedorias de pombas e serpentes é algo como poder voar e descer sem provocar nada em ninguém, capaz de convívio social, andando com simplicidade entre os homens; ao mesmo tempo em que se sabe que o perigo tem muitas faces, e que o diabo se veste de anjo de luz, e que toda simplicidade tem que ser apenas o escudo da prudência, pois, se serpentes pudessem ser vistas como pombas, certamente prefeririam.
E isto não deve ser algo armado, pensado, cogitado, premeditado, e deliberado. Jesus ensina que é para Ser assim. Ele diz “Sede, pois,...”; transformando tal imagem num mandamento existencial.
Na realidade eu creio que toda essa sensação de paradoxo que nos vem do ensino de Jesus, tem somente a ver com nossa incapacidade de simplesmente crer. Ou seja: quando se crê, então, o paradoxo faz a sua síntese, pois, sem fé, nada faz síntese neste mundo. E o que aqui digo nada tem a ver com categorias de natureza filosófica, e nem expressa minha convicção acerca de qualquer filosofia. Para mim, por paradoxo, quero dizer aquilo que aparenta estar em estado de paralelismo constante, andando ao lado, porém sem encontro, sem vértice de relacionamento. E por síntese quero dizer aquilo que reúne os diferentes a fim de criar algo em si. Somente isto e nada além disso.
Portanto, voltando ao que dizia, afirmo que somente a fé realiza a possibilidade do ensino de Jesus se tornar algo Uno em nós. Para Jesus tudo volta para “uma só coisa”. Essa “uma só coisa” é o espírito do Evangelho, que é amor sábio e sabedoria amorosa; que desígnio em todo bem, e falta de maquinação no olhar; que é bondoso sempre, mesmo quando derruba as mesas; que é intolerante com a intolerância; que é condescendente com os misericordiosos; que é implacável com os implacáveis e generoso com os generosos; que dá a vida por escolha, mas que não a entrega por covardia; que evita o perigo conforme seu interesse, mas que não foge à “hora” quando ela é chegada.
Ora, esse espírito do Evangelho não pode ser engarrafado. Não é o gênio da lâmpada. E Jesus não é Aladim. Embora, em Seu Nome, milhares e milhões de ladrões religiosos se tenham refugiado na história. Sim, não dá para ensinar esse espírito, assim como não se podia vender o Espírito Santo para o mágico de Samaria. O espírito do Evangelho é o espírito da Palavra. Jesus disse: “As minhas palavras são espírito e são vida”. Com isto Ele não queria dizer que quem conhece línguas originais, como grego e hebraico, têm melhor chance de conhecer a Deus, ou mesmo a Sua Palavra.
A Palavra não é objeto de exegese, mas apenas de iluminação. Pode-se fazer exegese de palavras, mas jamais da Palavra. A Palavra é espírito. E espírito não é algo que se ensine. Espírito é algo que se pega, que se imiscui em nós, que é em nós, e que se torna nós. Assim, quem labora pela filosofia e pela teologia a fim de encontrar a Deus, trabalha na de antemão malfadada tentativa de fazer exegese de espírito; pois, a alternativa, é dizer que se está trabalhando no IML das santas e mortas palavras.
Somente no espírito se pode apreender o paradoxo, pois, o espírito é justamente aquilo a que chamamos paradoxo, sendo que a sua síntese nós chamamos de eu.


Dc.Luiz Carlos


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Um Travesseiro para a Travessia




Os ventos e tempestades no Mar da Galileia são violentos em razão do funil de pedras e montanhas que a Depressão Sírio-Africana gera naquela geografia, fazendo do lago de 22 quilômetros de extensão e 12 de largura um cenário perigoso para qualquer embarcação, mesmo as modernas.

O evangelho de Marcos diz que a tempestade chegou, mas que Jesus dormia na popa do barco num travesseiro.

Eles o acordaram. Acharam que dormindo Ele era menos Ele.

Dormindo na popa do barco sobre um travesseiro?

Que Deus relapso!

Um travesseiro...

Travessa. Travesseiro.

Em português faz sentido se atravessar num travesseiro.

Sim! Nada mais simples: enquanto se faz a travessia se descansa num travesseiro.

Mas eles temeram mais a travessia do que confiaram Naquele que dormia com a cabeça no travesseiro.

Eles não lembraram que a travessia estava tanto sob Seu controle quanto o estava o próprio travesseiro.

Então o acordaram queixosos!

“Não te importa que pereçamos?!”

E falavam como se a travessia pudesse engolir e naufragar Aquele que dormia no travesseiro.

No dia em que uma tempestade, mesmo que cósmica, engolir Aquele que dorme no travesseiro [pois, não dormita e nem dorme O Guarda de Israel], então tudo acabou — até a tempestade!

A tempestade é Dele e para Sua Glória existe e se manifesta!

Ele está em casa na tempestade que Ele mesmo criou. Por isto, dorme durante a travessia no travesseiro.

Mas nós tínhamos de acordá-Lo com nossas queixas de incredulidade disfarçada de auto-piedade.

Ora, como somos impressionáveis, e raramente cremos mais no que não vemos do que nas coisas que vemos, então, sentimo-nos ‘autorizados pela nossa incredulidade’ a acordá-Lo.

Ele acorda. Está divinamente irritado. Por isso, fala ao mar e aos ventos como quem dá um pito num menino travesso. “Quieto! Psiu!” — são as ênfases de majestade do texto grego.

Porém, os meninos travessos eram aqueles dentro do barco, que temiam mais a tempestade do que confiavam em Quem descansava dentro do barco.

Por isso, o hino infantil lembra com solução madura o fato de que “com Cristo no barco tudo vai muito bem”.

A maturidade da fé não acorda a Jesus na travessia quando Ele descansa sobre o travesseiro. Pois, se Ele está dormindo, então é porque está tudo muito bem, mesmo que não pareça assim.

Tenho certeza que anos depois todos eles fariam como Paulo no naufrágio relatado em Atos dos Apóstolos: “Comam. Bebam. Durmam. Descansem. Joguem fora o que pesa. Mas não se aflijam. Pois, o anjo do Deus de quem sou e a quem sirvo, disse-me que nenhum de nós se perderá, mas somente o navio”.

A fé só cresce quando incorpora as lições de ontem ao patrimônio de minha paz no dia de hoje!


Cristo, em quem temos o Seu travesseiro para toda travessia,

Dc.Luiz Carlos
http://www.ebdchaco.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Perseguição de "Cristãos" sobre "Cristãos"!


Leitura recomendada: Hebreus 12 e 13.


Haverá tempos em que aquele que vos perseguir pensará que assim estará prestando culto a Deus — Jesus


Amontoam-se aqui em meu e-mail tanto quanto são passiveis de encontro na estrada, centenas de pessoas que me dizem que em razão do Evangelho que agora entendem ou começam a entender, estão sendo perseguidas.

Toda hora alguém me escreve falando que chegou desconfiado aqui no site, e que, devagar, lendo, a Palavra venceu o preconceito, e o coração se abriu.

A questão é que depois que se encontra o Evangelho de Jesus [e não a “montagem” da “igreja”], nada mais é o mesmo e ninguém mais consegue ver como fazendo qualquer sentido aquilo que antes via e com o que se iludia.

Sim! É como Paulo diz usando palavras gregas ou imagens especiais:

É como a criação da Luz nas trevas — conforme o Gênesis. “De trevas resplandeceu luz!”

É como o arrebentar de uma represa de contenção do Rio da Vida — conforme ele escreve a Tito. “Transbordou a Graça de Deus!”

É como ser tirado à força do ventre no qual se estava em sofrimento, sem poder nascer — conforme Paulo diz aos Corintios. “Depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo”.

É como tirar a Lázaro da tumba — conforme o apostolo disse aos Efésios. “Desperta ó tu que dormes! Levanta-te de entre os mortos! Cristo te iluminará!”

O fato é que depois de ser genuinamente iluminado pela Palavra, ninguém mais consegue olhar as coisas da existência e, com elas, as da “igreja”, do mesmo modo; pois, agora, tudo se torna novo em nossa percepção.

Para quem se sentia convertido é algo como uma conversão dentro da conversão; o que é um milagre muito maior.

Entretanto, não há dúvidas quanto ao fato que muita gente boa de Deus vem sendo maltratada pela “igreja” em razão de terem crido na Palavra de Jesus.

São tribunais religiosos, ou reuniões formais de exame da fé da pessoa, ou mesmo um convite solene a que a pessoa se retire. Então, os que antes eram amigos, agora passam pela pessoa e nem mais a cumprimentam; e se a vêem na rua, atravessam para a outra calçada.

Sim! Gente de “igreja” odiando um familiar em razão de que a pessoa apenas confessa que o Evangelho é como é, e não como vem sendo ensinado pelos mestres do engano ou da manipulação.

E quando a família da pessoa é parte da “liderança da igreja”, é muito pior ainda; pois, os familiares, além de que julgam que o membro da família está desviado, ainda mais o julgam ainda mais.

Jesus disse que quem é Dele ouve a Sua voz!

Assim, a questão é apenas acerca de quem ouve e quem não ouve a Sua voz na Palavra!

Digo isto em razão de que grande é o poder que a religião tem de provocar lavagens tão profundas que muita gente fica impedida de ver o sol, a luz, o esplendorosamente óbvio.

Aos perseguidores digo:

Tomem cuidado! Vocês estão oprimindo ovelhas de Jesus! Que nenhum de vocês seja encontrado lutando contra o Espírito de Deus!

Aos perseguidos digo:

Fiquem firmes. Sofrimentos como os de vocês têm sido experimentados por muitos que desejaram servir a Deus em liberdade de consciência em Cristo! Assim, não desistam e nem se intimidem; pois, a Promessa do Senhor é a de que Ele mesmo nos dará o que dizer e como dizer nas horas de tais opressões.

Desse modo, quero apenas registrar a tantos quantos no dia de hoje sintam-se assim, que não estão sós; e que estamos juntos, levando para fora do arraial o vitupério de Seu Evangelho.

Cristo que, quer saímos do “acampamento” e do “tabernáculo” da religião a fim de O servirmos em liberdade de consciência.


Dc.Luiz Carlos

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Idéia 51 do Salmo 91: não pule, desça pela escada...


Quero apenas o conceito 51 — a boa idéia da qual tudo nele emana.
Ora, o conceito 51 do salmo é um só:
Aquele que habita no esconderijo do altíssimo e descansa à sombra do onipotente diz ao Senhor: Tu és...” — e diz tudo o que o salmo garante como promessa. Portanto, tudo o mais que se diz não tem nenhum valor sem o conceito 51 do salmo. Assim, tudo o mais depende desse ser-estar habitando o esconderijo do Altíssimo e descansando à sombra de Suas asas.
Para muita gente o “esconderijo do Altíssimo” é onde Deus se esconde. Então, a pessoa quer encontrar o lugar onde Deus se protege. É como achar o bunker de Deus. Assim, surgem as “coberturas” oferecidas pelos donos da chave do bunker de Deus: os pastores e os donos das chaves do reino.
Desse modo, já não se precisa que o diabo tente, pois, os pastores mágicos fazem o serviço iniciado no Pináculo do Templo — e o pobre povo pula e morre...
Entretanto, ninguém que assim ande jamais conhecerá o salmo como verdade, mas apenas como mágica. Mágica da morte.
O “esconderijo do Altíssimo” é onde eu me escondo em Deus; não onde Deus se oculta.
E que lugar é esse?
Ora, Jesus ensinou que este lugar-ser é a obediência à Palavra em confiança. E mais: o simples estar “em Cristo oculto em Deus” é o refugio que nos trás todas as proteções.
O esconderijo do altíssimo é a Graça que nos cobre.

Não adianta abrir o salmo como magia de crente! Assim fazendo a única coisa que ele impede é a nossa visão da fé que opera na realidade da existência.

Ele só faz diferença quando a gente, pela fé, entra na confiança; e, assim, encontra descanso na fé; e, por isso, diz ao Senhor:

Eu confio em Ti para tudo na minha vida; de dia e de noite; nas trevas e na luz; na guerra e na paz; ante as feras ou na sombra; enfim, em tudo o que for existência minha alma confia em Ti.

Para quem assim confia o salmo 91 não é exagero poético, mas apenas um exagero de amor efetivo e que nos guarda conforme está prometido; até quando aquele que confia é acidentado; pois, sob as asas do Altíssimo já não existe acidente. Tudo é proteção.

Jesus nossa “Chave Hermenêutica” nos interpreta o salmo 91 sem mágica. Ou teria o salmo falhado na vida dele por Ele ter sido matado?

Ora, não. O salmo 91 só se cumpriu em sua plenitude absoluta e constante no único que de fato viveu o tempo todo no Refúgio e na Sombra dessa Galinha de Proteção total, e que guarda seus filhotes sob Suas asas.

Desse modo, aprendemos que o estado de confiança não se separa do estado de descanso em Deus.

Quem confia descansa e só descansa quem confia.

Assim, o salmo 91 só é verdade na confiança que descansa em fé e na fé que descansa em confiança.

Leia o salmo todo!

Agora, pense nisso!

Nele, que não pulou do Pináculo, mas, pela verdade do salmo, desceu pela escada,

Dc.Luiz Carlos

terça-feira, 11 de março de 2008

Vício de culpa


Você pode ter errado muito e tomado consciência de tudo como culpa, e, por isso, senti-se culpado até quando nada faz de errado.

Ou, quem sabe, você é a apenas um neurótico, oprimido por elevadas demandas pessoais de perfeição, de acerto e correção, e, assim, todas as vezes que alguém reclama algo de sua pessoa, havendo ou não razão para tal, você se sente culpado pela tristeza e frustração que possuíram o coração do outro, e, assim, se culpa e sofre.

Ou ainda pode ser que você sofra de um narcisismo de justiça-própria, e, por tal razão psicológica, sinta-se culpado sempre que você não seja visto com beleza pelo olhar de outros.

Assim é o vício da culpa; posto que desse modo ele opera esteja ou seja a pessoa culpada ou não de qualquer coisa.

A culpa, porém, existe também, e, sobretudo, de modo objetivo; e, na maioria das vezes, os verdadeiros culpados desenvolvem mecanismos de dormência e auto-engano a fim de adiarem, se possível até a véspera da morte, a reflexão sobre o que fizeram e fazem.

Em geral os culpados conseguem ir levando a existência sem muitos sentimentos de culpa, pelo menos nenhum que os perturbe e os faça mudar.

Entretanto, os viciados em culpa pessoal, sejam os neuróticos, os hipersensíveis ou os narcisistas éticos, em geral sentem culpa até que do que culpa não têm. E, assim, vão adoecendo de dor culpada, e, depois de um tempo, mergulhando em depressão, ou adoecendo na incapacidade de ter alegria, ou ainda vão desenvolvendo mecanismos de excessivas explicações, ou, então, vão se cansando, e, por fim, desistindo do verdadeiro bem, posto que o “falso bem” somente nos empurra para longe do verdadeiro bem.

Muita gente, entretanto, julga que o sentirem-se culpados é uma virtude, sem saberem que é um grande mal, isso quando nenhuma culpa está presente.

Num mundo caído e para o homem caído, o sentir-se culpado quando se peca é uma das maiores dádivas do Deus de Graça. Sim! Pois, culpados e sem culpa seríamos diabos encarnados. A culpa, porém, é uma dádiva da redenção, e, sem ela, não há processo de salvação para aquele que peca, pois, na ausência dela, eternizasse o pecado como parte do nosso ser finalizado.

Assim, pecar e esconder-se é ainda sinal de saúde nos doentes que somos nós!

Do mesmo modo a culpa é sinal de saúde no ambiente da Queda quando ela segue o pecado sinceramente; e conduz o homem ao desejo de vestir-se, mesmo que apenas depois ele descubra que somente Deus tem o poder de vestir os culpados, não pelo encobrimento da culpa, mas sim pela sua inteira remoção.

Cabe ao homem perdoado buscar viver com a seriedade e consciência de quem conhece o pecado e a culpa, e os leva a sério, ao mesmo tempo em que dele se requer que ande sem culpa, ainda que sem levezas irresponsáveis e levianas.

O perdão alivia o coração de todo peso de culpa, mas não se impõe sem as gravidades da consciência!

Assim, perdão é leve e doce, ao mesmo tempo em que é grave e denso.

Digo isto apenas para concluir afirmando que homem que anda sob o signo do perdão perscruta sempre a sua consciência em cada coisa, sentimento ou ato, porém, mesmo quando busca a conciliação com alguém a quem não ofendeu, o faz pela paz, mas não pela culpa. Afinal, não é bom confessar culpa da qual não nos acusa o coração exposto à Palavra e ao Espírito de Deus.

Sim! Pois, o vício da culpa é a dor de um “pobre diabo” em nós, mas, mesmo sendo “pobre”, é ainda um diabo em nós.

segunda-feira, 3 de março de 2008

A PESQUISA DE JESUS



Quem a multidão diz que eu sou? — indagou Jesus de Seus discípulos enquanto andavam na direção do Monte Hermon, no Norte do país, até a cidade de Cesareia de Felipe, erguida no sopé da montanha.

Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mateus 16:14
Ora, entre a classe educada e culta dos judeus, o que se dizia de Jesus era que Ele era louco, endemoninhado, samaritano surtado, blasfemo, demolidor do Templo, destruidor da Lei, transgressor dos costumes, e um aproveitador da ingenuidade da plebe que nada sabia de religião; ou seja: da lei.

Isto, porém, era o que eles diziam em seu ódio apaixonado e ardente de inveja e de temor de perda de poder. No entanto, nem todos pensavam conforme diziam e confessavam; pois, houve quem dissesse: “agora ele fez um sinal que não podemos negar [a ressurreição de Lázaro], se o deixarmos, virão os romanos e tomarão nossos postos e o país”; e completa João: “pois por inveja o entregaram.”

Assim, entre o que a elite diz e o que ele vê, sente e de fato enxerga, há, muitas vezes, uma insinceridade de dimensões abissais. No entanto, o povo, ou as multidões, como designou Jesus, tende a ser mais sincera em sua apreciação nem sempre profunda. Todavia, todas as opiniões do povo sobre Jesus, ainda que aquém de Quem ele fosse, foram positivas e o relacionavam a gente boa como João Batista, Elias, Jeremias ou algum dos profetas antigos.

O interessante é que o povo não teve interesse em semelhanças e nem em lógicas, mas apenas em demonstração de intrepidez e poder. Sim! Porque se tivessem associado Jesus a poder apenas como milagre, teriam que ter mencionado além do nome de Elias [um realizador de sinais], o nome de Eliseu, ou mesmo Moisés.

Mas não dava para associar Jesus a Moisés, pois, em relação a Moisés, Jesus sempre tinha um “eu, porém”.

Interessante é que ninguém do povo parecia se preocupar com o fato de João Batista ter morrido depois de ter batizado a Jesus, e depois de Jesus já ser Jesus para todo o povo. Era como se tivesse havido uma ultra-incorporação. Além disso, parecia também não importar que ambas as personalidades, de Jesus e de João Batista, fossem tão díspares. Ou seja: o que interessava ao povo era ter um representante ousado e que fosse a continuidade sobrenatural do maior molestador de Israel nos anos anteriores: João Batista, o mesmo acerca de quem se diz que nunca fez nenhum sinal, mas tudo quanto disse acerca de Jesus era verdade.

Elias também era cogitado, provavelmente o mais popular entre os cogitados. Jesus seria Elias, cheio de ousadia, e com poder de enfrentar a Jezabel de Roma e dos corruptos do Templo. E as curas e milagres de Jesus deveriam ser extensão do poder de operar milagres que Elias manifestara. Entretanto, as profundas dessemelhanças em tudo, em nada importavam, nem nos modos e nem nos conteúdos.

Então aparece Jeremias. Sim! O Jeremias doído e lamentoso é apontado como candidato a estar reencarnado em Jesus. O povo sempre creu em reencarnação. Se Vox Populi fosse Vox Dei, então a reencarnação seria verdade quase absoluta entre os humanos. Entretanto, Jesus Jeremias e Jeremias Jesus são tão parecidos como personalidades quanto Chorinho e Lambada são como ritmos e estilos musicais. Jeremias? Jesus era Jeremias. Eu acho muito engraçado. Mas tinha gente sincera do povo que cria daquele jeito. Fazer o quê? O povo sente e vai... Vai sem saber nem bem o que pensa, mas vai... Então, Jesus pode ser Jeremias, por que não?

Mas havia aqueles que diziam: Pode ser qualquer um dos profetas! Ora, esses eram os que sabiam apenas que aquele homem era da mesma qualidade dos que haviam outrora vivido como profetas, acerca de quem eles ouviam e liam. Esse tipo respondia assim: Sei lá quem ele é! Só sei que é profeta.

O povo tem todas as razões que deseje ter para considerar alguém o que bem entender, mas, em geral, o povo erra numa boa, sem ser como o erro perverso dos que chamam a pessoa de diabo doido apenas porque precisam manter o poder, mesmo que saibam que daquele que eles planejam matar emane um poder que eles não podem negar. Mas a inveja e o medo cegam a mente, e o individuo pratica toda sorte de perversidade.

O povo é cheio de boas intenções em relação ao que de Deus possa vir, mas, a maioria das vezes, serve qualquer pessoa ou coisa que seja de alguma forma relacionada a algo que faça parte da crença que brota do berço dos pobres.

O interessante é que Jesus foi identificado com pessoas totalmente diferentes Dele em tudo; exceto no conteúdo da confissão da fé. O povo sabia que Jesus tinha a ver com Deus assim como os profetas tiveram.

A Voz do Povo não é a Voz de Deus; exceto quando ecoa o que de Deus vem.

Assim, na sinceridade, o povo via Deus sobre Jesus, como Deus fora sobre os profetas anteriores; ao mesmo tempo em que criam que Jesus poderia ser uma reencarnação de algum deles; ou até um profeta duplamente turbinado — tomado pelo seu próprio espírito e pelo de João Batista, morto havia pouco tempo.

Assim, o que nos salva de nós mesmos é o que não vem de nossas cogitações, mas apenas e tão somente como revelação de Deus; pois, assim, e somente assim, se tem a razão sincera para responder: “Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus”, como Pedro, um do povo, veio a responder antes de qualquer outro discípulo.

VOCÊ COMPREENDE A LINGUAGEM DE JESUS?


Por que não compreendeis a minha linguagem? é porque não podeis ouvir a minha palavra. – Jesus, João 8.


A verdade é mais simples que a simplicidade.

“Por que não compreendeis a minha linguagem? é porque não podeis ouvir a minha palavra.”

Ora, no contexto de João 8, tudo começa com a cena da mulher flagrada em adultério, a qual é salva do apedrejamento por uma única resposta-pergunta de Jesus. Naquela ocasião eles entenderam a linguagem de Jesus. Entenderam em si mesmos, a partir do que criam sobre si mesmos. Sem “fé” ninguém entende linguagem alguma.

Depois, entretanto, Jesus lhes diz coisas que só poderiam ser discernidas a partir do pressuposto de que Jesus não era louco, mas Deus. Sim, porque o que Jesus diz só cabe entre o Doido e Deus.

Ele diz coisas de Si mesmo que são inconcebíveis. É acusado de fazer auto-propaganda, e a isso responde que Moisés dissera que se houvesse duas testemunhas, toda palavra se formava como verdadeira; e conclui: eu falo a verdade porque meu Pai da testemunho de mim.

“Quem é teu pai?” — perguntam eles.

Resposta: “Se conhecêsseis a mim, conheceríeis também a meu Pai”; e, assim, questiona todo o pressuposto da percepção deles. Afinal, Jesus era visível e perceptível; porém, para Jesus, havia um “Eu” que eles não conheciam, o qual, sendo conhecido, era equivalente a conhecer seu Pai.

Mas quem ousaria suspeitar que Ele não era louco, mas a própria Luz-cidez?

Quando indagado acerca do que dizia e do que intentava; ao dizer que não seria mais achado entre eles depois de um tempo — se era por que Ele se suicidaria ou por que iria ensinar aos gregos na dispersão; Ele apenas diz: “Vós sóis cá de baixo; eu sou lá de cima”.

Assim, quanto mais explica “em verdade, em verdade” menos é entendido. Pois era impossível compreender a linguagem sem crer na palavra Dele.

Assim, Ele diz: Por que não compreendeis a minha linguagem? é porque não podeis ouvir a minha palavra.

Ninguém jamais entenderá nada do Evangelho a menos que creia na Palavra de Jesus em razão de poder ouvi-la dando razão a Deus à priori.

E quem tem tal disposição a menos que seja tocado por uma revelação de amor divino?

E quem terá tal insight se já não tiver o coração propenso à simplicidade da linguagem do amor?

Se não for assim, a Linguagem de Jesus é incompreensível até para o mais refinado teólogo ou filosofo.

No entanto, quando alguém pode ouvir a Palavra, então passa a compreender a linguagem; e tudo fica mais que claro.

Você compreende essa linguagem?
Jesus é a linguagem.
Jesus Deus.
Deus Jesus.
Jesus Filho.
Deus Pai do Filho.
Filho de Deus.

EleEle = Um.

Se essa equação entra em nós por revelação, então, a linguagem é compreendida, pois a Palavra foi ouvida e crida.

Somente a fé que ouve, e ouve crendo, é que se capacita a entender a linguagem de Jesus, que é a linguagem de Deus.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sem Jesus de que adianta o céu?


Jesus não usou nem o céu e nem o inferno como elementos motivadores de conversões ou mudança de vida.

Ele fala de ver o Reino, e, para tanto, afirma ser necessário nascer de novo.

Ele diz que humildade, mente limpa de ódio e maldade; coração mantido sob autocontrole [manso]; um espírito ávido por justiça para o próximo; uma atitude permanente de busca de reconciliação em todas as coisas; e coragem para sofrer afrontas sem deixar de olhar para os céus com alegria e exultação — nos fazem herdeiros do reino dos céus, nos fazem filhos de Deus, nos tornam fartos, nos constituem herdeiros do galardão dos profetas, e, sobretudo, nos fazem ver a Deus.

Ele diz que é para amar a fim de sermos filhos do Pai que está nos céus. Manda-nos confiar pela mesma certeza de filiação ao Pai que nos ama.

E quando fala de juízo é sempre acerca dos que vivem sem misericórdia ou sob a inspiração do ódio ou da desfaçatez perversa. Entretanto, mesmo assim, sempre há um “e não sairá dali até que...” — mostrando a prevalência da misericórdia sobre o juízo.

Os homens são expostos ao inferno e ao juízo nas palavras de Jesus, mas nenhuma delas aparenta nos fazer crer que seria pelo medo que se amaria a Deus.

Para Jesus o inferno existe [seja qual for o significado dele]; porém, Ele diz que é somente pelo amor em fé é que se pode chegar a Deus. Assim, o inferno é uma constatação, mas não uma inspiração. Afinal, inspiração do medo só serve ao inferno, pois, pelo medo criam-se hipócritas; posto que é somente pelo amor que o coração tem correspondência com o todo da vida.

Céu é amar a Deus e ao próximo. Inferno é odiar o próximo e achar que Deus não é amor pelo ódio no qual a pessoa viva em relação ao próximo.

Quem ama conhece a Deus. Quem não ama nunca conheceu a Deus, do mesmo modo como também aquele que odeia a outro homem. É assim que é acerca do céu e do inferno.

Qualquer outra complicação vem do diabo!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

MORTE DA FÉ



“Quando o Filho do Homem voltar, porventura encontrará fé na terra?”

Nada é mais triste de ver a morte da fé nesta geração!
Há crença, há misticismos, há correntes e barganhas, mas não há fé!
A fé é a certeza de coisas que se esperam e a firme convicção de fatos que se não vêem.
Portanto, a fé não trabalha com o visível, mas com o invisível; e não se estriba no que é perceptível aos sentidos, mas sim no que a eles não está disponível.
A fé faz as “coisas que se esperam” se tornarem “certezas” e faz “os fatos que se não vêem” tornarem-se “convicções”.
Assim, a fé antecipa e goza o que ainda não se materializou, como quem vê concreção no invisível ou no ainda não “acontecido” ante os sentidos.
Ora, sem fé, esperança e amor ninguém cresce em temor e reverencia para com Deus e a vida!
Posto que o que se crê e espera ainda não se manifestou aos sentidos, mas a fé santifica aquele que crê durante a “espera”.
Esta é a razão de vermos tanta maldade falada e feita em nome da “fé”, pois, “tal fé” não é nada além do ódio religioso que anima dos doentes contra os antagônicos.
A religião [e seus fanatismos] produz apenas o ódio como fé. Sim! É fé na existência do inimigo, não na realidade de Deus.
Pela mesma razão é que campeia entre nós a alegria pela catástrofe do adversário humano!
A “fé” que entre “nós” se propaga é certeza de que o mal alcançará aqueles que desejamos ver esmagados. É “fé” na vingança...
Olho para esse “meio religioso” e fico aturdido com a possessão de desamor que tomou conta de quase todos. Enquanto isto a iniqüidade cresce...
Cresce... E os agentes dela ficam cada vez mais insensíveis.
Acabou o amor. Morreu a reverencia. Institui-se a banalidade das palavras. Extinguiu-se a verdade. Amparou-se a mentira. Deu-se asas ao engano. Tudo em nome de Jesus.
E o diabo se ri dos “crentes”!...
Quando do Dia Mal chegar [e ninguém se engane, pois ele vem, e não tardará], então se verá essa multidão gritando por misericórdia, enquanto rangerão os dentes em dores de raiva...
Então dirão:

“Senhor! Comias e bebias em nossas ruas!...”
“Senhor! Em teu nome tiramos demônios, profetizamos e fizemos milagres!...”
“Senhor! Por que não abres a porta?...”

Mas o Senhor lhes dirá:


“Nunca estive com vocês! Não os conheço. Vocês usarem meu nome, mas nunca me conheceram. Meu nome só é verdadeiro na boca de quem me conhece!”

Enquanto isto... — os meninos vão brincando de Deus e com Deus...
Mas a porta vai fechar!
Veja o que aconteceu a você!
Pergunte-se: O que me anima é fé, ou é apenas o ânimo da guerra da religião excitada pelo inferno?

Cristo, que busca nos acordar enquanto é tempo e dia chamado Hoje,

domingo, 27 de janeiro de 2008

Sem fé é impossivel agrada ao homem


A morte e a finitude do ser humano o impedem de admitir alguém que seja um Eu e que exista sem explicação de sua própria existência.
O homem olha a si mesmo, vê sua morte e a dos outros, e pensa: “Se nasci e morrerei, então, toda existência que sabe de si mesma tem que saber de sua própria procedência...”
O homem sabe que é; que existe. Mas não sabe nem como e nem por que...
Assim como sua própria existência queda inexplicada ele imagina que qualquer outra existência que saiba de si mesma [como a de um Deus Pessoa] tem que acontecer sob explicações; pois, se não explico a mim mesmo sem “Deus”, Ele, em razão disso, tem que se deixar explicar por minha causa e necessidade — é o que demanda o homem.
Por isso o homem não consegue apenas crer em Deus assim como ele crê em sua própria existência, a qual ele não sabe explicar tanto quanto não pode negar.
Desse modo a crise do homem acerca de Deus equivale à sua própria crise e impossibilidade de aceitar também sua própria existência pela fé.
Sem fé é impossível agradar e conhecer a Deus, assim como sem fé é impossível ao homem aceitar a existência do homem.
Sim! Sem fé é impossível ao homem aceitar a existência do homem ou aceitar a si mesmo na existência.
Existir sem fé é a decisão existencial de não se matar, mas de morrer para sentido da vida.Quem não concordar, então, tente!..

sábado, 19 de janeiro de 2008

Está tudo dito e feito.


Graças a Deus Ele não nos revela quase nada. Quem suportaria? Que carne mortal não se dissolveria diante da Glória Eterna? Que olhos não ficariam cegos ante a Luz?

E o beneficio de nossa ignorância estende-se a nós mesmos, pois, se o objetivo do Evangelho é levar o homem-a-si-mesmo em Cristo, de um outro lado isto tem que ser um dia depois do outro, posto que nossa estrutura psíquica não suportaria toda a verdade sobre nós mesmos de uma só vez.

Jesus mesmo ensinou com gradualidade, e passou de um ponto a outro, com marcas como: “... depois dessas coisas passou Jesus a...”; ou ainda: “... cerca de oito dias depois de ditas estas palavras os levou Jesus a...”; ou mesmo: “Muitas coisas tenho para vos dizer, mas vós não podeis suportar agora”.

Isto sem falar nas questões mais recorrentes dos evangelhos, que têm a ver com o fim dos tempos, a volta do Filho do Homem, e a restauração do reino a Israel.

Ora, a todas elas Ele disse aos que desejavam saber:

“Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade, mas recebereis poder e sereis minhas testemunhas”.

Para quem conhece a Deus como relação e experiência em fé, segundo o Evangelho, tudo fica tão dito sem necessitar ser falado, que o coração desiste da tolice e simplesmente exclama:

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como do entendimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? Ou quem se fez seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja devolvido? Porque Dele, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

E a morte já era...

A morte morreu, a maioria de nós é que não sabe apenas porque não crê.

Morreu de Cruz. Morreu de Luz. Morreu de Amor.

Morreu de septicemia de Vida.

Morreu quando o 1º e único Verdadeiro a encarou.

Morreu pelo poder de amar mais a vida do que a morte.

Morreu porque o único humano que amou mais a Vida do que a Morte foi Aquele que por amor ao mundo morreu pela causa da Vida Eterna.

Morreu quando houve Ressurreição.

Morreu quando houve libertação do Cativeiro quando Ele subiu e concedeu dons aos homens.

Morreu porque sua ilusão foi desmascarada.

Morreu porque só matava a quem a via — todos a viam.

Matava só enquanto se não morria...

Matava porque fazia da vida a própria morte.

Matava porque se tornara patroa dos homens.

Matava porque os homens trabalhavam [e trabalham] para ela.

Matava [e mata] dando aos clamores dos homens a ela, o seu salário: a morte.

Matava porque morte se paga com morte.

Matava...

Mata a quem crê que ela ainda mata.

Mas não mata nunca mais a quem morreu, ressuscitou, ascendeu, se assentou, e está em Cristo Jesus nos lugares celestiais.

Quando Ele subiu da morte aos céus pela Ressurreição, com Ele fui levado no cativeiro que Ele fez Seu despojo, e, por isso, passei da morte para vida.